Professor de Joinville desenvolve relógio que monitora o nível de glicose no sangue

Relógio brasileiro medidor de glicose no sangue
SC - Joinville


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23/08/2022-17h40 - republicado 30/04/2023 -

Atualizado 2024

Dispositivo foi selecionado pela Anvisa para testes -

Em 18 de setembro de 2024 o projeto foi selecionado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como projeto-piloto de avaliação regulatória de dispositivos médicos inovadores de interesse para os serviços de saúde no Brasil. Atualmente a nível acadêmico, o objetivo é que a Anvisa acompanhe de perto o desenvolvimento desse produto e transforme em um aparelho que possa ser utilizado pela população.

— Foi uma surpresa. Agora, são vários passos para seguir, como fazer testes em pacientes sadios e em pessoas com diabetes — disse Pedro.

Para o próximo ano, a tecnologia vestível já deve ser utilizada em formato de relógio ou smartwatch, com voluntários. A previsão para ser autorizada para uso comercial é 2028.

O dispositivo é multiparamétrico para detecção não-invasiva da glicose sanguínea

O professor Pedro Bertemes, do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) Joinville, desenvolve projeto que visa criar um novo dispositivo vestível para monitoramento da concentração da glicose sanguínea em humanos através de diferentes sensores e uma inteligência artificial (IA). O projeto é executado pela Udesc juntamente com o pesquisador Paolo Meloni, da Universidade de Cagliari (Itália), incluindo 4 pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação e um bolsista de pós-doutorado.“Nós vamos criar um sistema embarcado otimizado, na forma de um smartwatch vestível, funcionando como um Glicosímetro multiuso. Será equipado com um conjunto de sensores para medir múltiplos sinais biomédicos, como: oxigenação do sangue, batimentos cardíacos e fluxo sanguíneo, umidade&temperatura da pele, Bioimpedância elétrica e fotometria da pele', informou Bertemes.

A capacidade multissensorial do sistema possibilitará o desenvolvimento de um conjunto de algoritmos de redes neurais artificiais personalizadas. De modo a evitar que as análises dependam da conectividade contínua com uma nuvem de dados e da transmissão de dados confidenciais do paciente, o sistema será equipado com uma plataforma de processamento de energia ultrabaixa capaz de executar a análise de algoritmos. Sessenta dispositivos customizados serão fabricados para os estudos clínicos com voluntários saudáveis (fase 1) e diabéticos (fase 2). A comparação será feita com o glicosímetro FreeStyle Libre (Abbott), segundo preconiza a Sociedade Brasileira de Diabetes.

 O principal objetivo do projeto é melhorar a qualidade de vida dos pacientes que necessitam de medições de glicose no sangue, como aqueles afetados pelo Diabetes Mellitus. Atualmente dispositivos disponíveis para este fim são invasivos, envolvendo lesões dolorosas, não higiênicas e métodos de medição caros. Dispositivos não invasivos, como os que utilizam o infravermelho e a bioimpedância, são uma alternativa. No entanto, apesar de destacar a viabilidade de uma abordagem não invasiva, estes métodos ainda apresentam baixa precisão, quando comparados aos métodos bioquímicos. Segundo o professor Bertemes será apresentada uma patente, bem como artigos de pesquisa originais que serão publicados e apresentados em conferências e enviados para revistas científicas indexadas no JCR.

 Espera-se que uma empresa seja incubada para a produção e adoção pelo Serviço Nacional de Saúde (SUS), considerando um preço inicial e inferior a U$ 200.   O SmartWatch permitirá o monitoramento, em tempo real, do nível da glicose sanguínea, bem como dos sinais de batimento cardíaco e saturação de oxigênio, inclusive durante o sono. Todos os dados serão visualizados pelo usuário através de um aplicativo Android/iOS via smartphone, podendo ainda o usuário acompanhar seu histórico de medições diárias, semanais e/ou mensais