Dr. Matheus, medicina Yurvédica: Água morna com limão a melhor bebida para começar o dia

Saúde água morna com limão
RJ - Rio de Janeiro


Publicidade

Único brasileiro formado em medicina Ayurvédica na Índia, Matheus Macêdo pretende abrir uma clínica social em parceria com o SUS

'Disponho de tudo que sei de graça e diariamente no VidaVeda. Ensino a observar a alimentação, o movimento, o sono e o silêncio', conta Lívia Breves - 16/08/2021 - 04:30 / Atualizado em 16/08/2021 - 07:43

O carioca Matheus Macêdo, de 37 anos, não imaginava que o ano sabático que tirou aos 21, durante a faculdade de Direito na UERJ, seria tão revelador. Na época, ele decidiu se mandar para a China e começou a pesquisar sobre a medicina tradicional local. Quanto mais estudava, mais queria chegar à raiz dos conceitos. E isso acabou aproximando o jovem curioso da Índia. Determinado, ele decidiu buscar sua essência e pegou a estrada. No caminho, passou temporadas no Tibete e no Nepal. “Comecei a entender que o meu interesse na medicina vinha dos Himalaias. E lá me disseram que eu estava procurando a Ayurveda”, lembra ele, que atualmente vive em Portugal.

Matheus foi, então, atrás de um curso. Em 2005, enviou um e-mail para a Gujarat Ayurved University, faculdade fundada em 1965. Mas o jovem não tinha dinheiro algum naquele fim de mochilão e precisou retornar ao Brasil. “Dormia de favor, era um maltrapilho. Voltei, terminei a faculdade, mas estava achando tudo sem sentido”, conta. Até que, aos 28 anos, foi em busca daquele e-mail esquecido à Gujarat. Entrou em contato novamente e a resposta chegou: havia uma vaga disponível no curso de Ayurveda que começaria no mês seguinte. Ele correu, arranjou os 6.500 dólares para pagar o primeiro período (ao todo, são cinco anos e meio de formação) e rumou para a cidade de Jamnagar. “Durante o curso, as pessoas do Brasil começaram a me procurar com dúvidas e querendo dicas”, conta ele, que, desde 2019, é bacharel em Medicina e Cirurgia Ayurveda (BAMS). “Aprendi hindi, gujarat e sânscrito para acompanhar as aulas. Eles fazem cirurgia há mais de dois mil anos. Muitas operações modernas são baseadas nas Ayurvédicas”, destaca.

Matheus começou a fazer vídeos ensinando o que aprendia e, um tempinho depois, reuniu tudo na plataforma Viva Veda (vidaveda.org), que tem a proposta de espalhar o conhecimento com conteúdos, cursos e até consultas (com fila de espera de dez meses). “Disponho de tudo que sei de graça e diariamente. A maioria das pessoas não precisa pagar um atendimento individual. Ensino a observar a alimentação, o movimento, o sono e o silêncio."

No começo do ano, Matheus lançou o ConVIDA, maior congresso de medicina integrativa em língua portuguesa do mundo. Em abril, participou de quatro episódios do programa “Bem Juntinhos” (GNT), de Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert, e viveu outro boom. “O meu trunfo é ser descomplicado. Não trato a Ayurveda de maneira religiosa e nem digo que só podem comer ghee e arroz basmati. Acredito que um carioca falando de maneira leve facilite muito”, comenta.

Atualizar os textos escritos há quatro mil anos é um diferencial. Matheus traduz os fundamentos levando em conta questões contemporâneas e descobertas científicas. Sem rixas, acredita que o futuro é unir as duas. “Quanto mais juntarmos conhecimentos, melhor. Fiz estágio em medicina moderna na Califórnia e indico endócrinos, neuros e outros especialistas”, garante.

E qual será o próximo passo? Ele quer criar uma clínica brasileira com base social e fazer parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS). “Penso em projetos focados em alimentação, meditação e movimento. Em São Caetano (SP), já está sendo feito um projeto modelo de medicina Ayurvédica em 30 unidades do SUS. Queremos replicar pelo Brasil todo”, adianta.