*Segurança pública e inovação são desafios para a área de Saúde no RJ*
_Primeiro Fórum de Debates da Frente Parlamentar do Complexo Econômico-Industrial da Saúde da Alerj ouviu autoridades e especialistas para discutir caminhos que tornem o setor um indutor do crescimento e gerador de emprego e renda para o Estado_
Responsável por 24% do ISS do Rio de Janeiro e mais de 5% de sua arrecadação, o setor de Saúde tem um enorme potencial para se tornar indutor do desenvolvimento econômico e gerador de emprego e renda do Estado. Sede de seis hospitais federais, cinco instituições nacionais de ensino, assistência e pesquisa, como o Inca, renomadas universidades públicas, laboratórios, indústrias dos setores farmacêutico e farmoquímico, além da Fiocruz, que destaca-se na produção de insumos e conhecimento, o Estado tem condições diferenciadas, porém enfrenta desafios para atrair novos investimentos e se tornar protagonista desse modelo de crescimento.
"Até 2009, 11% dos empregos gerados no Rio de Janeiro eram na Saúde. No entanto, nos últimos anos, a perda de postos de trabalho no setor, com a partida de algumas empresas, e o déficit de leitos no período da pandemia, tornaram evidentes a necessidade de um melhor diálogo entre as esferas municipal, estadual e federal, além de políticas públicas, para que a Saúde se torne um setor dinâmico e gerador de renda. O Estado tem um cenário institucional muito favorável, mas é preciso garantir investimentos para compra de insumos, incorporação de novas tecnologias ao SUS, entre outras ações", ressaltou o presidente da Fiocruz, Mário Moreira.
Palestrante do primeiro Fórum de Debates da Frente Parlamentar do Complexo Econômico-Industrial da Saúde da Alerj, realizada nesta segunda-feira (27/11), Mario falou sobre a preocupação da Fiocruz com a inovação e demonstrou empolgação com o avanço do novo Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS), em Santa Cruz, que terá capacidade de produzir 600 milhões de vacinas por ano, gerando 2500 empregos, somente durante a obra, e mais de 2 mil empregos durante a operação, além de atrair inúmeras indústrias de insumos para o Estado.
Coordenadora da Frente Parlamentar do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, a deputada Célia Jordão (PL) afirmou que a Alerj fará a interlocução entre os diversos poderes e atores que participam da formulação de políticas para o setor e ressaltou a importância de se identificar todos os municípios fluminenses que tenham potencial para atrair investimentos: "Fala-se muito no potencial do nosso Estado, mas de nada vale esse potencial se não houver uma direção. E o Estado já tem uma direção, que é o Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio de Janeiro, o Pedes, que norteia políticas para setores prioritários em longo prazo. Essa Frente tem o papel de consolidar as demandas ouvindo as diversas instâncias, e identificando potenciais em todo o Estado, para levar ao Executivo ações necessárias na área de Saúde em sintonia com as diretrizes desse Plano", ressaltou a deputada.
Participando do debate, o presidente da Finep, Celso Pansera, afirmou que é preciso um programa claro de investimentos do Estado que priorize a inovação. “Cerca de 15% do PIB brasileiro são compras públicas, sendo que parte significativa desse montante corresponde à área de Saúde. O Governo precisa de uma política clara para priorizar compras públicas voltadas para a inovação do setor, garantindo gastos que gerem retorno com a geração de emprego e renda para o Estado", afirmou.
Também participaram do debate a deputada estadual Martha Rocha, Denizar Vianna, presidente do Conselho de Saúde da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Nelson Rocha, Diretor Presidente do CAERJ (Câmara de Comércio e Indústria do Estado do Rio de Janeiro), Marcus Soalheiro, da Nortec, e Rodrigo Santiago, da Firjan.